quarta-feira, 30 de março de 2016

Quem tem medo de ser avaliado?


Quando o sistema integrado de avaliação apareceu na nossa Administração Pública (vulgarmente conhecido como SIADAP), acabando com a anterior forma de classificação do desempenho dos trabalhadores, as reclamações foram generalizadas.
É um facto que subscrevi muitas das críticas então feitas, não por temer ser avaliada mas por estar consciente das falhas que, ainda hoje, são notórias mesmo tendo já decorrido mais de uma década.
Ensinou-me a experiência (como avaliada e avaliadora) que, ao contrário do que muitos queriam então fazer crer, o principal problema das velhinhas notações não era a parcialidade com que os dirigentes classificavam os trabalhadores (algo que a novel gestão por objetivos não consegue impedir) mas antes a incompetência de muitos deles em matéria de recursos humanos e, sobretudo, uma certa “cultura de poder” generalizada onde a importância do chefe se media pelos favores que distribuía e não pela sua capacidade de liderança, o que nalguns casos ainda hoje se faz sentir.
Ou seja, com notações ou com SIADAP, na essência, muito pouca coisa mudou entretanto e em muitos serviços as injustiças na avaliação do desempenho dos trabalhadores da Administração Publica Central e Local continuam ao sabor dos humores dos avaliadores que favorecem ou prejudicam consoante lhes apetece.
Se há hábitos cuja mudança é difícil de concretizar, como seja o comportamento parcial de alguns dirigentes, existem outros que estão de tal forma enraizados nos trabalhadores que acabam, também, por inquinar a implementação de um sistema justo de avaliação do desempenho: refiro-me ao temor que muitos sentem em ser avaliados por objetivos (no que são incentivados por alguns sindicatos), como se o mérito fosse o sujeito indesejado e o problema estivesse no método de o avaliar preferindo a permissividade de instrumentos que permitem esconder a sua própria incompetência.
No meu caso pessoal, sempre fui bastante exigente em termos profissionais. Orgulho-me de ser uma trabalhadora empenhada e responsável, que procura atualizar os seus conhecimentos de forma regular. Por isso sei que vou cumprir, talvez até superar, os objetivos que me foram atribuídos e irei conseguir demonstrar todas as competências que foram consideradas essenciais ao desempenho das funções que me cabem.
Há pergunta em título respondo:

Na minha opinião, os irresponsáveis e os incompetentes!

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