sexta-feira, 22 de maio de 2015

Nove meses de salário em atraso na Administração Pública!


«Maio é o nono mês em que a AD não paga o salário à sua trabalhadora!
São nove meses sem receber salário. Sete meses estão por pagar há mais de um ano (novembro/2013 a maio/2014). Juntaram-se-lhes agora abril e maio de 2015. Mas no próximo mês de junho a situação será idêntica e acresce, ainda, o provável não pagamento do subsídio de férias (sendo que, assim, ficarão a ser dois anos em falta). Tudo isto numa entidade da Administração Pública e uma trabalhadora com vínculo permanente desde 1987. Que Estado de direito é este?

Com um saldo de apenas 2.090,73€ disponível na tesouraria maio é mais um mês em que a Assembleia Distrital não consegue assumir o dever de pagar a remuneração à sua trabalhadora que, nesta data, tem já nove meses de salário e o subsídio de férias de 2014 em atraso.
Uma funcionária cumpridora das suas obrigações e cujo trabalho obteve sempre o merecido reconhecimento pelo órgão deliberativo distrital, como o testemunha as duas menções de mérito excecional (1996 e 2000) e o voto de louvor (2014) que lhe foram concedidos.
Com elevado sentido de responsabilidade, zelosa dos seus deveres enquanto dirigente, mesmo nesta fase difícil nunca abandonou a presidência do órgão nem os Serviços de Cultura, apesar de ter deixado de ser a diretora quando em novembro de 2014 os colegas transitaram, por mobilidade, para a câmara de Lisboa para garantirem o recebimento mensal do respetivo vencimento.
Competente e empenhada, assim também a classifica o próprio Presidente da ADL ao atribuir-lhe um excelente na avaliação do desempenho (2009) e ao confiar no seu trabalho pelos profundos conhecimentos profissionais que demonstra e pela elevada ponderação que coloca em todos os atos que pratica.
Infelizmente Ermelinda Toscano está a ser vítima injusta de quezílias políticas que arrastam a situação da Assembleia Distrital num impasse sem sentido devido ao comportamento de má-fé do município de Lisboa que começou com a recusa da câmara em pagar as quotas que cabiam à autarquia, provocando a falência deliberada da entidade (por decisão pessoal do Dr. António Costa assumida à margem da lei e à revelia dos órgãos autárquicos), passou pela atitude contraditória e muito pouco transparente dos seus representantes durante o período dos 120 dias que a AD tinha para deliberar o destino da sua Universalidade (nos termos da Lei n.º 36/2014, de 26 de junho), levando à entrada no processo subsidiário e, agora, mesmo estando todos conscientes da gravidade da situação vão protelando até ao limite do prazo concedido pelo Governo a pronúncia da Assembleia Municipal.
Sabemos que até dia 26 de junho a Assembleia Municipal de Lisboa tem de se pronunciar sobre a situação pois isso mesmo está escrito no memorando que foi presente à reunião de representantes do passado dia 18 deste mês.
Sabemos que, segundo as palavras da presidente Arq.ª Helena Roseta na reunião da AML de dia 5 de maio, o assunto ainda irá ser apreciado pela 1.ª Comissão antes de discutido no plenário.
Mas durante este mês as agendas da comissão e da assembleia municipal continuam a não indicar nas respetivas ordens de trabalhos a questão da Assembleia Distrital. Ou seja, apesar de saberem que quanto mais tarde se pronunciarem mais tempo demorará a trabalhadora a ter a sua situação resolvida, ninguém se importa com isso. Em junho serão dez meses sem salário a que se juntará o subsídio de férias de 2015 (não esquecer que o de 2014 também está por pagar) mas os senhores e senhoras autarcas continuam paulatinamente a manter o seu ritmo próprio demonstrando uma cruel indiferença que em nada se justifica.
Sobretudo quando o mais provável, atentos àquela que tem sido a posição da câmara sobre a Assembleia Distrital, é irem recusar a aceitação da Universalidade e a mesma terminar transferida para o Estado. O que a acontecer será caso único no país pois que as outras AD conseguiram que património, serviços e pessoal ficasse no âmbito municipal.
Quanto à trabalhadora tem como destino quase certo a requalificação após quase trinta anos de dedicação à Assembleia Distrital. Um contributo reconhecido como bastante válido mas que acaba indignamente desperdiçado.»


Sem comentários:

Related Posts with Thumbnails