sábado, 9 de março de 2013

Um "bloco" que se desagrega?



«Militante histórico comunicou hoje [5 de março] a decisão à Comissão Política, numa carta em que diz que o Bloco é hoje "um factor de bloqueio, alimentando-se e alimentando o sectarismo" e onde afirma que Francisco Louçã, "o coordenador anterior, não desistiu de continuar a coordenar, sem ocupar o cargo, o Bloco de Esquerda". [leia AQUI o texto da missiva de Daniel Oliveira]

Daniel Oliveira, abandonou hoje a militância do Bloco de Esquerda, partido onde estava desde a fundação, há 14 anos. A carta onde anuncia a decisão foi enviada esta tarde para a Comissão Política e para a Comissão de Direitos do Bloco de Esquerda. Daniel Oliveira, que não apoiou a direcção eleita no última Convenção - que elegeu João Semedo e Catarina Martins -,  e não aprovou a moção política vencedora, decidiu agora sair do Bloco por não terem disso dado "sinais no combate ao sectarismo que, nos últimos anos, foi tomando conta do Bloco de Esquerda". "O sectarismo interno, que enfraqueceu o partido e o seu debate democrático, e o sectarismo externo, que tem impedido o Bloco de ser, como sempre quis ser, um factor de convergência e reconfiguração da esquerda portuguesa".

Defendendo, que depois da Convenção - que assinalou a saída da liderança de Francisco Louçã -, os sinais dados foram "exactamente os opostos", critica directamente a criação da nova corrente, que junta, entre outros, Loucã, Semedo e José Manuel Pureza. Uma corrente que, segundo Daniel Oliveira, pode ser hegemónica e transformar-se num "partido dentro do partido, que terá capacidade de definir sozinho as principais opções políticas e a 'distribuição de cargos' no Bloco". Segundo Daniel Oliveira, a criação desta nova corrente interna impedirá a "democratização da vida interna do Bloco" e mostra que o partido se "entretém com estes pequenos golpes palacianos", enquanto o país "se desmorona".

Daniel Oliveira, que é jornalista, colunista do Expresso e comentador residente do Eixo do Mal, acusa directamente Francisco Louçã de não ter desistido de "continuar a coordenar, sem ocupar o cargo, o Bloco de Esquerda", defendendo que este facto resulta "mais do que de características do próprio, da promoção de um certo culto da personalidade que deveria estar arredada" do Bloco. Explica ainda que as opções de "correntização do Bloco, de forma definitiva, a uma linha justa, o boicote premeditado a qualquer entendimento à esquerda e a continuação de uma lógica sectária na vida interna do partido (...) mantêm e reforçam os principais erros dos últimos anos". É por isso que afirma que o Bloco "é hoje um factor de bloqueio, alimentando-se e alimentando o sectarismo, competindo com o PCP nesse sectarismo, e querendo-se afirmar através do sectarismo".»



Textos que escrevi, era ainda aderente do BE, e nos quais abordo algumas das preocupações/críticas que o Daniel Oliveira também refere agora:

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