domingo, 3 de agosto de 2008

Urgências...

Imagem retirada do site da RR


Hoje fiz uma “directa”... levantei-me ontem (sábado) às 7H da manhã e ainda não me deitei, já lá vão mais de 30 horas consecutivas sem dormir. Nem sei como me aguento em pé...

Não, não foi um caso de insónias. Aliás, desse mal não sofro eu, felizmente.

Aconteceu que ontem, pelas 0:15H (bem, afinal já era hoje – domingo), a Sofia sentiu-me mal. Telefonámos para a assistência médica da AMI e a conselho do clínico que nos atendeu, face aos sintomas declarados, seguimos de imediato para as urgências do Hospital Garcia de Orta.

Feita a inscrição, 10m depois estava feita a triagem... pulseira verde (caso pouco urgente!). Preparámo-nos, pois, para uma noite em branco. E assim aconteceu... três horas depois ainda ninguém chamara a Sofia que, entretanto, adormecera na cadeira da apinhada, quente e pouco asseada sala de espera, cujos bancos gemem tanto quanto aqueles que por lá se sentam e quase parecem desmaiar quando alguém a eles apenas se encosta para descansar o corpo cansado.

Eram cerca das 4:30H, eis que para surpresa de todos os presentes, ao som das duas televisões (cada qual no seu canal com programas qual deles o mais interessante... um concurso sem jeito e um filme incompreensível), mais o barulho das ambulâncias a chegar e a partir, das conversas mais ou menos alteradas dos doentes e seus familiares e dos ruídos da azáfama natural de uma urgência hospitalar, se juntam uns gritos lancinantes, vómitos consecutivos e um ininteligível diálogo difundido através dos intercomunicadores.

Claro que todos os presentes se sentiram incomodados. Olhavam uns para os outros, faziam trejeitos de dor solidária mas, sobretudo, começavam algumas pessoas a ficar extremamente incomodadas e maldispostas... sintomas que dispensavam pois já eram muitos os problemas que os tinham levado ali.

Os minutos passavam e a agonia daquele doente fazia-nos sentir como se a sala de espera fosse uma antecâmara de terror. Como ninguém fazia nada, o Manel levantou-se e foi informar o pessoal do Hospital do que se estava a passar e de quanto isso estava a incomodar os outros doentes.

Sabem o que a funcionária respondeu?: «O que é que o senhor quer que eu faça?» (simpática e diligente, hem?), assim, ipsis verbis, dito de forma malcriada, com soberba e sem o mínimo de sensibilidade ... Felizmente, a observação daquele doente deve ter terminado e o médico após chamar o próximo utente não se esqueceu de desligar o respectivo intercomunicador.

Sei que aquele é um lugar onde todos estão com os nervos à flor da pele, mas aquela foi, a meu ver, uma atitude pouco digna. E não vale a pena dizer mais nada.

Quanto à Sofia, foi chamada às 5:10H para fazer uns exames (análises e radiografia) e teve de esperar até às 7:45H para ser observada e apresentado o diagnóstico. Felizmente não era nada de grave e às 8:30H já estávamos todos em casa.

Eu, ao contrário do meu pessoal que foi todo dormir, deixei o sono evaporar-se e acabei no café a beber a minha bica matinal e a ler o meu jornal preferido, depois de uma caminhada, a pé, de Cacilhas até Almada.

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