terça-feira, 20 de novembro de 2007

Ciganos romenos




Vivem em condições degradantes (sem água canalizada, esgotos ou electricidade) nas instalações em ruínas desta antiga fábrica na Margueira, nos terrenos por detrás do quartel dos Bombeiros Voluntários de Cacilhas.
Na frente, têm o Mar da Palha e, nas traseiras, uma lixeira onde vão defecar. O cheiro é nauseabundo. Os ratos proliferam... paredes meias com a rede da Escola Secundária Cacilhas -Tejo.
Vejo-os todos os dias atravessar o Parque de Estacionamento da Margueirinha, logo pelas 7h15m da manhã, sempre em grupos nunca inferiores a seis. Dirigem-se ao Largo Alfredo Dinis, onde lavam a cara no chafariz e seguem para Lisboa no barco da Tanstejo.
À noite, quando regressam, é vê-los a apanhar as tábuas que vão sobrando das obras do MST para fazer a fogueira com que cozinham os alimentos e se aquecem, agora que o frio chegou.
Pese embora o incómodo que tanta miséria causa (apesar de esta ser, ao que parece, uma opção de vida e não uma fatalidade), os problemas sociais que importa resolver, e as questões ligadas à imigração ilegal, o certo é que a população começa a sentir um sentimento de insegurança generalizada com a presença desta numerosa comunidade de ciganos romenos que anda a mendigar pelas ruas de Cacilhas...
Há que agir, eu sei. Mas, sinceramente, não sei como. Este é um assunto delicado. Trata-se de pessoas, de seres humanos e não de animais (e, mesmo esses, têm os seus direitos), e qualquer atitude mais dura pode parecer sectária ou racista. Cruzar os braços é cómodo, fechar os olhos é conveniente... evita ter chatices no imediato. Mas pode vir a criar problemas ainda mais difícies de resolver.

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